7.6.09

Pessimismo e otimismo

O pessimismo não está vinculado ao diagnóstico de uma dada situação, mas sim aos caminhos possíveis dados a ela.
Se por acaso chego a conclusões desagradáveis diante de uma realidade, ou episódio e assim o qualifico, não quer dizer que devo necessariamente ser tragado por ela, devo sim significá-lo. É na significação dada por nós aos eventos da vida que reside toda ocorrência de pessimismo ou otimismo.
Uma gama de otimistas quer simplesmente ignorar a ocorrência de situações ruins e se recusam a diagnosticar ao mesmo tempo em que sentem incomodo ao verem outras pessoas fazerem esse árduo serviço, e aí pecam por ignorarem uma realidade que pode ser o solo de uma circunstância qualitativamente superior e passam a viverem como bobo alegres, sempre em conformidade com as piores coisas.
Os pessimistas, não raras às vezes, têm a proeza de identificarem mais facilmente realidades inadequadas, mas pecam ao serem sucumbidos pelas circunstâncias e acabam caindo em um imobilismo e na prostração, passando a viverem como mortos-vivos, zumbis que esperam o fim, e incapazes de uma práxis acabam contribuindo para a reprodução das coisas que alimentam suas aflições.
Em ambos os casos, se observarmos com rigor, esses sentimentos não surgem meramente dos episódios, mas do sentido que damos a eles. Por isso que a questão do projeto é tão importante.
Esses são sentimentos invariavelmente construídos pelas pessoas. Um obstáculo pode levar ao pessimismo, mas pode ao mesmo tempo servir de impulso, assim um verdadeiro otimista jamais deveria ignorar as ocorrências negativas, pois elas são combustíveis para novas e melhores realidades.

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