13.6.09

Lacuna


Se olharmos para a realidade como um eterno fluir, como nos propõe Heráclito, podemos refletir que a lacuna ou a interrupção é apenas uma mera aparência, uma conclusão de um olhar apressado. A inconstância ou a mudança permanente é um estado natural e faço questão de afirmar minha inclusão no turbilhão.
Me por em estado de silêncio não é sinônimo de não ter o que falar. Vejo o teor da fala proporcional ao ouvido de quem ouve e acostumados ao que é familiar não temos por hábito desnaturalizar aquilo que por vezes é óbvio.
Os ouvidos estão viciados e à vezes as falas se perdem como uma mensagem posta em uma garrafa e atirada ao mar.
Não falar é dizer demais ou pelo menos é a pista dada. Ora, tudo que está a nossa volta está disposto ao conhecimento e eu até respeito quando o individuo conscientemente decide não refletir, o problema é quando não o fazemos por pura incapacidade.

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