16.11.08

Poesia

Quero

Quero me acabar em poesia,
vos digo.
Quero vê-la em tudo,
Nos recantos escondidos
dos olhares cotidianos,
Quero ouvi-la nas vozes
e nos ruídos mundanos,
Ser perseguido passo a passo
para abraçá-la com os olhos,
Senti-la em sua temperatura.
Quero aprisionar-me a ela
tal qual um pássaro livre,
Quero degustá-la sem sobriedade
para nunca me fartar,
Quero a claridade de seu som
e deleitar-me na sua subversão,
Banhar-me na sua impureza,
Encontrar-me com a sua inquietação,
Inebriar-me na sua perfeita imperfeição.
Apenas quero,
Como quem quer eterno querer
para saber que sempre busco,
Quero a poesia, o mundo,
eterna redundância.

Severino

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